quarta-feira, 13 de abril de 2011

Uma casca de banana, um pé desavisado e o escorregão.

Ele olha para o chão, pensando na raiva que sente naquele exato momento. Não é que não pudesse cair, mas numa casca de banana! E no chão, puxa vida! Não aconteceu nada, ele não se machucou, mas... poderia ter acontecido! E os segundos do dia que ele perdeu naquela queda, seguido dos minutos de insegurança em relação ao caminho e das horas em que ficaria pensando em o que aconteceu, em como poderia ter evitado, em como era desatento... e o que aquilo poderia ter lhe custado.

Sua raiva é grande. E com alguma razão: o que diabos... não, espera. Ele é ateu, e não acredita no diabo. Quer dizer, no diabo até pode ser, mas em deus, não, e pra ninguém sentir-se ofendido - afinal, por que acreditar no ser maligno, mas não no bonzinho - achava melhor deixar o chifrudo fora. Assim sendo, o que, por acaso estaria fazendo aquela casca de banana no chão? Mas... se é o acaso, não há explicação. Quer dizer, há uma explicação, ele só não sabe dizer qual é. Ou não? Espera... sim, talvez. Não, talvez... a verdade é que ele tinha diversas teorias sobre como aquela casca teria parado naquele chão naquele momento, e se ele acreditasse em sorte - coisa que ele não faz, como bom céptico que ele também é - concluiria que... a dele estava baixa. Bem baixa.

A grande questão é que... ele não tem em quem jogar a sua raiva. Pode reclamar, pode blasfemar, mas não existe um ser onipotente nem uma força sobrenatural em quem por a culpa. Ele pode reclamar para a prefeitura, ou xingar o infeliz que jogou a casca... mas... até a prefeitura tomar alguma medida, ele nem se lembrará que um dia escorregou na casca de banana na rua. E o cidadão que jogou a bendita casca nunca vai se saber culpado da tentativa de homicídio que cometeu.

E, pensando nisso tudo, ele começa a rir. Cara, era uma casca de banana, um pé desavisado e um escorregão. Só! Para que tanto drama! Sim, agora ele ri. E pensa que, talvez, essa seja a grande graça das quedas.......... e que não seria tão engraçado se ele acreditasse em algo.

(Não seria tão engraçado se fosse um bueiro destampado....)

--> cuidado por onde anda ;)

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