sábado, 26 de fevereiro de 2011

Do meu lado do planeta, as pessoas dizem "obrigado".

E também "De nada".

Se nescessário, dizem "Desculpa".

e, por que não, "Não por isso..."

É estranho... mas meu lado do planeta parece tão diferente do seu....

(Porque não é porque é sua obrigação fazer algo que eu não vou te agradecer).

--> não queira mudar as atitudes dos outros sem mudar as suas. Pense nisso.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um desabafo

Quinta, 10 de Feveiro de 2011. Estou indo trabalhar. Saí mais tarde nesse dia, já que é o dia do meu rodízio e, numa tentativa de chegar mais rápido – afinal sei de antemão o trânsito que está na cidade – vou pela Marginal Pinheiros, para pegar a Av. dos Bandeirantes. É um caminho novo, que o GPS me ensina, e como sei que vou sair pela direita logo mais (pouco antes do Aeroporto de Congonhas, como eu descobriria depois) já sigo pela pista da direita desde a Marginal. Oras, assim eu consigo prestar atenção no que estou fazendo e garanto que não vou precisar fechar ninguém quando chegar a minha entrada – até porque estava um belo trânsito.

Seria o que eu faria normalmente. E seria algo que daria certo. Não fosse o caminhão que estava na pista ao lado resolver entrar EM CIMA DE MIM, na altura da praça Roque Willer. Notei que ele estava vindo – quem não nota um caminhão avançando sobre você? – e buzinei para que ele se afastasse. Tarde demais: ele bateu em mim.

Paramos logo adiante – o caminhão e eu. Ele já saiu gritando comigo, alegando que eu estava ultrapassando-o pela direita e que a culpa do acidente era minha. Minha? Como? Primeiro, eu não poderia estar ultrapassando alguém se estava na mesma pista e velocidade há alguns bons quilômetros – pelo menos, desde o início da Bandeirantes! Mais do que isso: se eu estivesse ultrapassando-o, o amassado no meu carro seria na frente, e não atrás (região da roda traseira a direita do carro). Não houve o que eu dissesse para ele – eu também aos gritos, pois estava tudo, menos “paz e amor” nessa hora – que o convencesse do contrário. Foi quando ele me deu um ultimato: chamar a polícia. Obviamente o fiz. Primeiro, me disseram que mandariam minha ligação para o departamento de trânsito, já que o acidente não tinha vítimas, mas essa fez o favor de cair antes de eu conseguir finalmente falar. Depois... bom, depois me mandaram pegar os dados do caminhão e ir fazer um boletim de ocorrência. Onde? Boa pergunta. Isso não me disseram. Enquanto isso, tentei acionar minha seguradora, que ao invés de me ajudar, só me disse que fariam algo se a batida fosse acima do valor da franquia. Nem para me ajudar a conseguir que o culpado do acidente batesse no meu carro? Pois é. Nem para isso! Só me deram dicas de como fazer – coisa que eu já sabia, afinal não sou idiota: que eu deveria fazer o BO e entrar no tribunal de pequenas causas. Me veio a pergunta: se o seguro não me vale de nada, para que tê-lo? Boa pergunta... Se pago impostos, mas consigo resolver essas questões apenas na justiça – a não ser que haja vítimas – por que pagar impostos?

Nessas, eu já estava pensando – sadicamente, mas quem não é sádico nessas horas? – que, da próxima vez, quando eu vir que o caminhão está se aproximando, eu vou jogar tudo a direita: o estrago vai ser maior e eu vou ficar machucada, assim terei três problemas resolvidos: vou ter certeza que a culpa é minha e polícia mais seguradora vão se achar na obrigação de fazer algo. Obviamente não vou fazer isso, mas quem não sente vontade dessas coisas nessas horas?

Bom, mas eu tinha que continuar. Nisso, o caminhoneiro disse que “cada um pagaria o seu” – claro que era porque ele se sabia culpado, afinal se eu realmente estava errada, ele não iria propor isso tão facilmente – e se negou a me dar seu nome ou ir comigo ao Departamento de Polícia, apenas saiu. Eu, por meu lado, perguntei para transeuntes onde ficaria o DP mais próximo. Cheguei lá, surpresa: só fariam BO se fosse de crime. Ok, e onde fica outro? Com indicação em mãos, eu fui. Nova surpresa: como o acidente não foi na região, eu não poderia fazer o BO ali – teria que ser ou num DP da região, ou perto de onde moro. Bacana, não?

Pois é. Nessas, eu já estava me sentindo idiota. Sim: havia sido lesada por um desgraçado que não se dera ao trabalho nem mesmo de assumir o erro, pela seguradora que leva meu dinheiro e não movimenta um dedo para me ajudar,... E, ainda por cima, graças as informações erradas... e não conseguiria fazer meu BO.

Sabe... odeio que minha paz seja interrompida por um erro que não seja meu. E sei que isso não é exclusividade minha! Mas não quero simplesmente ficar calada e levar o prejuízo do dano no meu carro sem fazer absolutamente nada! Não é por nada, não é só por orgulho, mas resolver essa situação é meu direito e dever de quem bateu em mim, (a meu ver) da seguradora e( por que não?) da polícia. Sei que possivelmente estou sendo exagerada por conta do calor do momento (tudo ocorreu em torno das 10:30 da manhã, e deve levar mais do que algumas horas para eu me esquecer tudo isso, logo duvido que conseguirei dormir tranqüila), e que possivelmente vou abrir mão da culpa da polícia no futuro (sim, eles devem cuidar da nossa segurança, e não de brigas de trânsito, e o único erro deles foi de me dizer o DP errado na primeira vez que perguntei), mas... minha posição continuará a mesma em relação a seguradora e caminhoneiro que bateu em mim.

Agora... bom, agora vou fazer o BO perto de casa. E vou morrer no prejuízo, possivelmente. Aliás: no pré-juízo, também. Pois eu tenho o péssimo hábito de acreditar nas pessoas e no sistema. Como me conheço, sei que não vou mudar esse péssimo hábito, mas devo dizer que cada vez me sinto mais frustrada em relação a tudo isso. E, com esse sentimento de frustração, me despeço.

(hoje não teremos comentários pós-texto.)